A Poluição dos Rios e Oceanos Portugueses e a Floresta Portuguesa

Objectivo

Pretende-se com este artigo examinar a relação entre a floresta portuguesa e a poluição dos rios e oceanos. 

Qual a relação entre a floresta portuguesa e a poluição dos rios e oceanos?

Para abordar a poluição dos rios, de outros cursos de água, e dos oceanos portugueses, é necessário analisar a gestão florestal e as descargas periódicas por parte das principais empresas ligadas à indústria florestal (Calado, 2020). 

Curiosidades

A floresta portuguesa ocupa mais do que 1/3 do país, sendo o sector com maior uso do solo. Desta floresta destacam-se duas espécies endémicas, o sobreiro e o pinheiro-bravo, e uma espécie exótica, o eucalipto que ocupa maior área florestal. Para se diminuir o risco de incêndios decretou-se o congelamento da área plantada desta última árvore em 812 mil hectares, até 2030. 

Apesar da criação da Rede Nacional de Áreas Protegidas em 2008, Portugal não tem um ordenamento de território rigoroso, nem uma exigente fiscalização das atividades florestais. Atualmente Portugal é o país com maior percentagem de área ardida da Europa.

Organização das indústrias de celulose 

Tabela 1 – Ocorrências de poluição em locais perto dos complexos industriais das entidades ligadas a atividades florestais.

Títulos de notícias ou vídeos de ocorrência no youtube

Características da poluição, ameaças e consequências

Empresas associadas

Localização

Referência bibliográfica

Desassoreamento do Mondego e Dique no Vouga (19/09/2022)



O Açude impede o ciclo natural de migração das lampreias, eliminando as larvas de lampreia e consequentemente o seu comércio. Perturbação do habitat.

Açude é propriedade da Navigator Pulp Cacia e é definido como o sistema de tapamento temporário no rio Vouga 

Em plena Rede Natura 2000 e zona de influência de marés

https://www.dn.pt/lusa/desassoreamento-do-mondego-e-dique-no-vouga-ameacam-peixes-migradores-8781069.html

Descarga de poluição no Rio Vouga / Ria de Aveiro (19/09/2010) 

A espuma e a cor da água, muito referida em Vila Velha de Ródão, é aqui evidente

Não se conhece a fonte. Mas Aveiro é conhecida pelo mau cheiro que advém da fábrica de Caima

A Ria de Aveiro é conhecida por compreender a Reserva Natural das Dunas de S.Jacinto – RNDSJ

https://www.youtube.com/watch?v=i4tKQAVv0pk&ab_channel=trekbbb

Torres Novas – Renova reconhece acidente com pasta de papel e garante limpeza do rio (20/02/2017)

Densa espuma branca e rosa no leito do rio

Renova

Rio Almonda – Torres Novas

Na bacia do Rio Almonda destaca-se a Reserva Natural do Paul de Boquilobo

https://www.mediotejo.net/torres-novas-renova-reconhece-acidente-com-pasta-de-papel-e-garante-que-vai-limpar-o-rio/

Cheiro insuportável (24/07/2021)

Cheiro intenso

United Resins – Produção De Resinas S.A

Lavos

https://www.facebook.com/groups/647551342082516/

Poluição que parece misto de alcatrão e petróleo no areal entre a Cova e a Costa de Lavos! (31/08/2022)

Misto de alcatrão e petróleo

Fonte desconhecida

Entre a praia da Cova e a praia da Costa de Lavos.

https://opalhetasnafoz.blogspot.com/2018/08/poluicao-que-parece-misto-de-alcatrao-e.html

Crime Ambiental no Concelho de Mira (11/12/2018). 

Com consequência na saúde pública, na produção de ostras, na morte do lagostim californiano, perdas na produção de agrião-de-água, entre outras.

Efluentes tóxicos provenientes do saneamento urbano, industrial, e hospitalar descarregados pela Águas do Centro Litoral SA.

Casal de São Tomé; Vala Real das Cochadas – Tocha; Lagoa de Mira, na Barrinha da Praia de Mira. Cerca de metade do concelho de Mira está classificado como Sítio Rede Natura 2000 – Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas

https://www.facebook.com/poluicaonaveiareal/

Contaminação praia da Leirosa 

Aparecimento de espuma em 2010, 2012 e 2018 (ver figs. 12, 13 e 14), água castanha, elevada concentração de microalgas e odor insuportável

Suspeita de serem as fábricas de papel 

Praia São Pedro de Moel e Zona da Leirosa

https://www.publico.pt/2010/07/31/jornal/contaminacao-das-praias-da-costa–de-leiria-esta-a-afastar-os-turistas-19937755

Santa Maria da Feira – Descarga de águas residuais industriais na ribeira de Silvalde (22/03/2021)

Água branca

Águas residuais industriais de uma fábrica de papel de situada em São Paio de Oleiros

Ribeira de Silvade

https://greensavers.sapo.pt/gnr-deteta-descarga-ilegal-de-aguas-residuais-em-santa-maria-da-feira/ 

Nem a Emergência Pandémica trava a poluição nos Rios Criz, Dão e Mondego (16/04/2021)

Muita espuma à superfície da água após rejeição. Odor intenso libertado pelos resíduos que estavam a ser descarregados

ETAR da Zona Industrial Municipal da Adiça, em Tondela, 

No rio Criz e na ribeira de Dardavaz. 

https://interiordoavesso.pt/interior-do-avesso/nem-o-emergencia-pandemica-trava-a-poluicao-nos-rios-criz-dao-e-mondego-entrevista/

Sigam as ocorrências de descargas de Dardavaz https://www.facebook.com/dardavaz.poluicao

As atividades florestais são maioritariamente ligadas às indústrias da pasta de celulose, das madeireiras e das energias. Entidades como a Altri Florestal S.A., a The Navigator Company, a Sonae Indústria, a Trevipapel S.A, e o Grupo Europac, apesar de se organizarem em duas grandes associações (COTEC e a CELPA), e serem certificadas por duas entidades (FSC® e PEFC) não criam sinergias com outras atividades florestais, como a agricultura convencional, turismo rural, turismo ambiental, paisagismo, conservação da natureza. Consequentemente acabam por ocorrer grandes incêndios como o incêndio do pinhal de Leiria em 2017. 

As boas práticas destas empresas acabam por ser questionáveis quando existem tantas ocorrências de poluição da atmosfera (ver artigo na íntegra), rios e oceanos perto dos polos industriais destas, e quando a qualidade da água, em bastantes rios, continua inferior à desejada nas normas da Diretiva Quadro da Água (DQA), acabando por levar Portugal a ser multado por parte do Tribunal Europeu.

Consequentemente, é necessário tentar perceber qual o grau de associação que o aumento da poluição dos rios e oceanos tem com as atividades da indústria florestal, e qual a consequência da aplicação por parte dos tribunais de sanções mais pesadas a estas indústrias. É também importante que as pessoas criem mais movimentos para participar na limpeza e despoluição perto das zonas industriais, e que reportem as ocorrências de poluição nestas zonas.

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Mensagens enviadas ao Governo acerca da “Manutenção das taxas de reutilização de resíduos”

Houveram mais de 200 contribuições para a consulta pública da legislação sobre o regime geral de gestão de resíduos, e que provavelmente já existe uma nova versão deste  documento que será discutido entre o conselho de Ministros no dia 4 de dezembro.

É muito importante manter a nossas propostas neste momento e fazer com que os Ministros saibam que queremos de volta na legislação as metas de reutilização que foram retiradas e também assegurar que a recolha das garrafas de vidro será feita através do sistema de depósito e retorno de embalagens.

Por isso, é importante que cada associação ou pessoa individual envie mensagens para o Ministro da Economia e para o Ministro do Ambiente:

A seguinte mensagem foi enviada pelo nosso movimento no dia 4 de dezembro de 2020. Podem adaptá-la para realizarem as vossas comunicações.

“Boa tarde Ex.mos Srs.

O movimento de cidadania TaraRecuperavel.org age para consciencializar acerca dos graves problemas ambientais causados pelo excesso de utilização de produtos descartáveis.

Desde 2012 que o TaraRecuperavel.org defende que todas as garrafas e latas de bebidas, possam ser trocadas por dinheiro depois de serem utilizadas, à semelhança do que acontece há anos nos países mais desenvolvidos da Europa.

Esta mudança permitirá reduzir impacto ambiental e melhorar processos de reutilização e reciclagem.

É preciso urgentemente:
1º Reduzir
2º Reutilizar
3º Reciclar

Exactamente por esta ordem mandatória de prioridade.

Foi com grande preocupação que soubemos da decisão do Sr. Ministro de retirar as metas de reutilização da proposta Legislativa UNILEX, deixando-as a cargo do sector económico. Estas importantes metas, que foram eliminadas do decreto-lei apresentado a consulta pública, seguiam os princípios da União Europeia sobre as diretrizes de Economia Circular e Resíduos Zero e serviriam de exemplo para outros países do sul da Europa.

Numa versão anterior do pacote legislativo em revisão, afirmava-se que “até 2025, pelo menos 30% do volume anual de bebidas colocadas no mercado deve ser embalado em embalagens reutilizáveis”, meta que seria aumentada para “em pelo menos 70% do volume anual de bebidas colocadas no mercado em 2030”.

Porém, na versão colocada em consulta pública, o Governo recuou e apresentou uma legislação em que “são as estruturas representativas de setores de atividade económica, designadamente da indústria, do comércio, da distribuição e da restauração” que “devem adotar, até 2023, instrumentos de autorregulação que definam metas de gestão relativas ao volume percentual anual de bebidas colocadas no mercado embaladas em embalagens reutilizáveis, para 2025 e 2030”.

A transposição das diretivas da UE são uma oportunidade fundamental para integrar medidas de prevenção de resíduos como parte da transição para uma verdadeira economia circular, tal como exigido pela legislação e pela política da UE.

A proposta de legislação apresentada é uma das mais precárias do espaço comunitário, uma vez que o Governo português não fixa qualquer objetivo ou meta de reutilização e delega a responsabilidade para a definição dessas metas aos sectores da economia que são reconhecidamente contrários a essas soluções.

Também sabemos que existem fortes pressões para deturpar o espírito do sistema de depósito definido na Lei n.º 69/2018 no número 1 do seu artigo 23.º-C, tentando retirar as embalagens de vidro ou atrasar a sua integração. A legislação é claríssima quanto à inclusão das embalagens em vidro no sistema de depósito de embalagens de bebidas de plástico, vidro, metais ferrosos e alumínio não reutilizáveis, pelo que retirar o vidro do sistema de depósito viola a lei aprovada pela Assembleia da República. É importante também ter em consideração que há vários anos que Portugal não cumpre as metas de reciclagem de vidro, pelo que a entrada em funcionamento do sistema de depósito surge como a forma mais eficaz de garantir que Portugal cumpre as metas definidas a nível europeu.

Neste contexto, esperamos que o Ministério recupere o espírito das versões anteriores da legislação, não cedendo à pressão dos sectores económicos. Entendemos que só desta forma será possível ao Governo demonstrar a sua intenção em avançar firmemente para uma verdadeira economia circular.

Despeço-me com os melhores cumprimentos em nome do movimento cívico
TaraRecuperavel.org.


/Daniel Gomes
TaraRecuperavel.org: descartável não é Sustentável”

Juntos por um Mar sem Lixo! Já fizeste a tua parte?

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Contributos do TaraRecuperavel.org para a Consulta Pública acerca do Diploma UNILEX Regime Geral da Gestão de Resíduos RGGR Aterros

Está a decorrer no portal Participa até 20 de Novembro, o processo de consulta pública da legislação que transpõe para a lei portuguesa as Diretivas sobre resíduos, embalagens e aterros, promovido pela Agência Portuguesa do Ambiente.

A Sciaena, juntamente com a ZERO e a ANP|WWF, têm estado a trabalhar este tema e prepararam uma proposta de parecer centrada na área da prevenção. 

Veja as instruções acerca de como participar na consulta pública!

O movimento cívico TaraRecuperal.org juntou-se também a esta ação enviando os seus contributos através do ficheiro solicitado e da seguinte mensagem: 

“Boa tarde Ex.mos Srs.
O movimento de cidadania TaraRecuperavel.org age para consciencializar acerca dos graves problemas ambientais causados pelo excesso de utilização de produtos descartáveis.

Desde 2012 que o TaraRecuperavel.org defende que todas as garrafas e latas de bebidas, possam ser trocadas por dinheiro depois de serem utilizadas, à semelhança do que acontece há anos nos países mais desenvolvidos da Europa.

Esta mudança permitirá reduzir impacto ambiental e melhorar processos de reutilização e reciclagem.

É preciso urgentemente:
1º Reduzir
2º Reutilizar
3º Reciclar

Exactamente por esta ordem mandatória de prioridade.

Os contributos do nosso movimento ao presente diploma têm o objectivo de reforçar a implementação real e urgente desta directriz.

Esperamos que sejam úteis.

Melhores cumprimentos.
/Daniel Gomes
— TaraRecuperavel.org: descartável não é Sustentável”

 

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Assine a petição para termos Tara Recuperável em Portugal!

Assine a petição e divulgue para conseguirmos as 4 000 assinaturas!
https://tinyUrl.com/TaraMar

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4 das nossas propostas ecologistas foram integradas no Programa do PAN

O movimento cívico TaraRecuperavel.org elaborou 8 propostas ecologistas para Programas eleitorais das Eleições legislativas 2019 e enviou-as a todos os representantes parlamentares na Assembleia da República.

Identificámos a inclusão directa de 4 das nossas propostas no programa eleitoral do PAN para as Legislativas 2019:

Por informe-nos caso identifique a inclusão das nossas propostas no Programa eleitoral de outros partidos.

Abraços ecológicos e não se esqueçam de votar no dia 6 de outubro!

Seja em que partido for.

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Propostas do movimento TaraRecuperavel.org para Programas eleitorais das Eleições legislativas 2019

O partido ecologista PAN convidou o nosso movimento cívico a apresentar propostas para a definição de políticas na área da gestão de resíduos.

Em resposta a este oportuno convite por parte de um partido político enviámos o seguinte documento:

Iremos continuar a trabalhar para actualizar o documento que permanecerá disponível publicamente, podendo inclusivamente ser comentado.

Estas propostas para a melhoria do ambiente em Portugal poderão vir a ser incluídas no programa eleitoral de qualquer partido, pelo que foram também enviadas para os representantes parlamentares na Assembleia da República no dia 11 de julho de 2019.

Comentários construtivos são sempre bem-vindos!

Saudações ecológicas.

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https://goo.gl/photos/fNSymcChRYj7B1Jn8

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Resultados do inquérito acerca das Beatas de cigarro

Houve um debate na Assembleia da República acerca das Beatas de cigarro e o movimento cívico TaraRecuperavel.org lançou um questionário para fazer ouvir a voz dos cidadãos.

Recebemos 1 711 respostas entre o dia 14 e 28 de Junho de 2019.

O sumário dos resultados obtidos está disponível para consulta pública.

Ruas mais limpas e ninguém atira lixo para o chão!

Praticamente todos os cidadãos responderam que gostariam de ver as ruas de Portugal mais limpas (99,6%) e concordaram que ninguém deveria atirar lixo para o chão (98,7%).

Fumadores e não fumadores concordam com a aplicação efectiva de coimas

90,9% dos cidadãos concordaram com com a aplicação efectiva de coimas a quem atirar Beatas para o chão.

  • 93,9% dos não fumadores concordaram com a aplicação de coimas.
  • 81% dos fumadores concordaram com a aplicação de coimas.

23% das respostas foram dadas por fumadores, um valor coerente com a percentagem de fumadores em Portugal (20%).

A mediana do valor da coima a aplicar para quem atirar beatas de cigarro para o chão foi de 50 EUROS.

Cidadãos apresentaram comentários valiosos para a solução do problema das beatas de cigarro

Os cidadãos foram convidados opcionalmente a escrever um texto livre com os seus comentários. Foi interessante verificar que 31,5% deram-se ao trabalho de fazê-lo.

Os comentários são variados, mas frequentemente coincidem com as propostas apresentadas no Manifesto #BeataNoLixo.

Por exemplo, os cidadãos destacaram a importância de:

  • executar acções complementares de educação cívica;
  • alocar recursos para fiscalização e aplicação da Lei;
  • sancionar prevaricadores com a execução de trabalho cívico de limpeza pública em vez de coimas.

Estes comentários livres dos cidadãos são um contributo importante para encontrar soluções para o problema da poluição causada pelas beatas de cigarro e por isso colocamos todas as respostas disponíveis para análises mais detalhadas.

Escrutínio público à nossa iniciativa voluntária é bem-vindo e apreciado!

Este artigo foi concluído no dia 29 de Junho de 2019 para ser enviado à 11ª Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação (11CAOTDPLH), como contributo para o debate na especialidade do Projeto de Lei 1214/XIII: Regulamenta o fim que deve ser atribuído às pontas de cigarros.

Contudo, o questionário continuará aberto e todos os cidadãos estão convidados a darem os seus contributos e a acompanharem os resultados obtidos.

P.S. Os resultados apresentados foram comunicados por e-mail à 11CAOTDPLH e aos representantes parlamentares na Assembleia da República no dia 1 de Julho de 2019.

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A sua opinião acerca das Beatas de cigarro é importante!

Houve um debate na Assembleia da República acerca das Beatas de cigarro e agora vão ser decididos os detalhes da lei a aprovar.

O movimento cívico TaraRecuperavel.org gostaria de saber a sua opinião para fazermos ouvir a voz dos cidadãos.

Basta responder a 5 questões neste questionário anónimo: http://tinyurl.com/beatas2019

A sua opinião é importante para que se tomem medidas adequadas.

Para saber mais

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PAN pretende regulamentar o fim destinado às pontas de cigarro

Uma iniciativa que pretende solucionar o grave problema das pontas de cigarro, vulgo beatas, descartadas no ambiente.

O  partido PAN, Pessoas-Animais-Natureza, apresentou no passado dia 10 de Maio de 2019 na Assembleia da República o Projeto de Lei 1214/XIII , o qual prevê um conjunto de medidas para regulamentar o fim que deve ser atribuído às pontas de cigarro.

Sendo o problema beatas no chão um dos problemas ambientais focado pelo movimento de cidadania TaraRecuperável.org, não poderíamos deixar de analisar este projecto e de aqui o divulgar em mais detalhe.

Na verdade, são muitos os grupos voluntários e associações ambientalistas que lutam há anos nesta causa, contudo, acreditamos que mais medidas governamentais devem ser consideradas, assumidas e aplicadas para solucionar esta problemática.

Os motivos que justificam as medidas

A exposição dos motivos deste projeto apresenta fundamentos precisos e aprofundados sobre esta grave problemática ambiental nas suas variadas vertentes. Um dos dados apresentado refere-se a números, números que muitas vezes são usados para apelar consciências para a necessidade de mudança.

Em Portugal, o número de cigarros consumidos é de 10 biliões por ano, e se para 20% da população portuguesa é normal descartar beatas para o chão, ficamos com a realidade de 2 biliões de beatas por ano. São na verdade muitos zeros a poluir o nosso planeta.

Outro dos dados que nos apraz verdadeiramente constatar é o reconhecimento, referência e valorização das organizações voluntárias que ao longo dos anos têm lutado no terreno por esta causa, recolhendo dados, organizando limpezas de beatas do chão, promovendo a sensibilização da população, disponibilizando cinzeiros portáteis, no fundo tentando mudar o mundo que os rodeia com o seu acreditar, entrega, dedicação, exemplo, e por último e o motor de toda a sua acção, com o seu amor ao Planeta. São estas as organizações como Portugal sem Beatas, Missão Beatão, Feel4Planet, Beata no Chão Gera Poluição, entre outras.

Acreditamos, sem dúvida, que voluntários podem e têm em muito contribuído para a mudança, no entanto a sua urgência necessita de mais medidas e soluções que possam envolver todos os intervenientes deste grave problema ambiental.

De facto, e tal como considera PAN na sua exposição, “os desafios para encontrar soluções para as beatas são grandes, uma vez que o impacto ambiental provocado por este resíduo em concreto requer objetivos reais e soluções integradas, estruturais e adequadas às necessidades cada vez mais evidentes na nossa sociedade”

Considera, ainda, ser necessário tomar medidas concretas e eficazes de combate à poluição, acreditando que a solução para a poluição provocada pelo descarte inadequado das beatas passa pela articulação de medidas integradas que envolvem todos os intervenientes na problemática, desde o consumidor, de quem detenha certos tipos de serviços, comércio ou espaços empresariais, bem como o produtor.

Medidas previstas para solucionar este problema ambiental

Sensibilizar, proibir e sancionar o descarte incorrecto das pontas de cigarro, disponibilizar cinzeiros, responsabilizar o produtor de tabaco, fiscalizar são as principais acções previstas, e as quais detalhamos em seguida.

1. Sensibilização

De acordo com o artigos 3.º e 4.º deste Projecto de Lei , prevê-se que numa primeira fase o governo promova campanhas de sensibilização para o fim adequado das pontas de cigarro, charutos ou outros cigarros, dirigidas aos consumidores e igualmente aos comerciantes e afins. Após esta, e numa segunda fase, a acção de descartar incorrectamente as beatas passa a ser sancionada.

Assumindo a aprovação deste Projeto-Lei, seria interessante ver o governo articular as suas acções de sensibilização em colaboração com as organizações voluntárias que há anos trabalham na sensibilização da população, precisamente por conhecerem de dentro e na pele o problema, por o viverem e sentirem no terreno.

2. Proibição do descarte de pontas de cigarro

Considerando que o fim das pontas de cigarro deve ser o lixo, o artigo 5.º prevê a proibição do seu descarte na via pública, constituindo uma contraordenação ambiental leve e  punível com coima nos termos da Lei n.º 50/2006 de 29 de Agosto e alterada pela lei Lei n.º 114/2015 de 28 de Agosto (art. 10º – Contraordenações).

Em Portugal as leis existem, seja por atirar beatas pela janela do carro, seja por atirar ao chão, e por exemplo em Leiria o município aplica a lei. Mas se queremos mudança efectiva, esta acção tem que ser obrigatória para todos e por todos.

3. Disponibilização de Cinzeiros

Atendendo que mais de 80% dos fumadores justificam o hábito de atirar a ponta do cigarro para o chão por falta de infraestruturas para o efeito, e o afastamento dos fumadores para os espaços exteriores em consequência da aprovação da Lei n.º37/2007 de 14 de Agosto, estabelece-se como medida, e de acordo com artigo 6.º, que os estabelecimentos comerciais devem dispor de cinzeiros e de equipamentos próprios para a deposição dos resíduos produzidos pelos seus clientes. Devem ainda proceder à limpeza das áreas de ocupação e zonas de influência.

De acordo com o exposto no ponto 3 do mesmo artigo, responsabiliza-se ainda as empresas que gerem transportes públicos a colocar cinzeiros nas plataformas de embarque e nas paragens de autocarro.

Prevê-se ainda,  e de acordo com o artigo 7.º, que os edifícios destinados a ocupação não habitacional, como ocupação de serviços, instituições de ensino superior e alojamento local devem também proceder à colocação de cinzeiros e à limpeza das áreas.

O não cumprimento do disposto nos artigos referidos anteriormente constitui contraordenação ambiental muito grave e punível com coima (art.º 10.º Contraordenações).

4. Responsabilidade do produtor de tabaco

Cabe ao produtor de tabaco a responsabilidade pela gestão dos resíduos de pontas de cigarros e seus custos, devendo passar a pagar uma “ecotaxa”, a qual se destinará a acções de sensibilização, formação, limpeza e recuperação dos ecossistemas.

Esta medida fundamenta-se pela proposta de Diretiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à redução do impacto de determinados produtos de plástico no ambiente, em que, como refere expressamente a Directiva 2008/98/CE no artigo 8.º, os Estados Membros devem criar regimes de responsabilidade alargada do produtor para todos os produtos de plástico de utilização única, tal como são os produtos de tabaco com filtros referidos no seu Anexo E.

5. Fiscalização

A fiscalização do cumprimento das normas previstas por este diploma, e conforme o exposto no artigo 9.º, compete à Agência Portuguesa para o Ambiente, à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, às câmaras municipais, à PM, à GNR, à PSP e, em geral a todas as autoridades policiais.

6. Afetação do produto das coimas

O produto das coimas dos processos contraordenacionais reverte 25% para autoridade autuante, 25% para a autoridade instrutória e 50% para o estado.

7. Disposição transitória

Por último, estabelece-se um período de transição de um ano para que os vários intervenientes, consumidor, comércio e afins e produtor possam se adaptar e proceder às medidas regulamentadas e durante o qual deverão ocorrer as acções de sensibilização previstas nos artigos 3.º e 4.º.

Os passos que irão decidir a aprovação

Depois de ter sido apresentado em Assembleia, este Projecto de Lei é agora encaminhado para a Comissão de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação, para que este possa ser analisado. Caso seja emitido um parecer favorável por este orgão,  o qual é constituído por deputados dos vários partidos, segue-se a discussão do projeto em Plenário e respectiva votação. A sua aprovação dependerá dos votos dos deputados de todos os partidos.

Que a este primeiro passo se sigam outros que construam o caminho da mudança.

O caminho ainda é moroso, no entanto ele já começou! Que aconteça a mudança necessária para o nosso Planeta. Que seja por Ele a nossa mudança!

Por fim, o nosso bem hajam a todos os que ao longo dos anos se movem nesta causa, e bem hajam a todos os envolvidos no acontecer desta iniciativa.

 

PAN apresenta soluções integradas para tirar as beatas das ruas portuguesas

 

 

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